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Características, estatísticas e perfil de cada time: o raio-X de Guarani e Corinthians

Características, estatísticas e perfil de cada time: o raio-X de Guarani e Corinthians

Na próxima quinta-feira, às 19h, na Neo Química Arena, o Guarani visita o Corinthians na árdua missão de eliminar um dos favoritos ao Paulistão. O Bugre aposta em mais uma boa atuação contra os chamados grandes – assim como fez contra São Paulo e Santos -, para levar a melhor.

O Portal CB traz um raio-x sobre o estilo de jogo, concepções dos técnicos e estatísticas do que apresentaram as duas equipes até a fase de quartas de final.

Daniel Paulista está próximo de completar um ano de Guarani, comanda a equipe desde a Série B do ano passado e aposta em um estilo de jogo variável. Já Vitor Pereira desembarcou recentemente no Corinthians, se encantou com algumas peças e quer tornar seu time mais sólido daqui pra frente.

NÚMEROS GERAIS
O Guarani disputou 14 jogos em 2022, sendo 12 no Paulistão e 2 partidas na Copa do Brasil – onde foi eliminado para o Vila Nova. O time de Daniel Paulista marcou 15 gols e sofreu 19, sofrendo com os mesmos problemas defensivos de 2021.

O Corinthians, por sua vez, entrou em campo apenas pelo Estadual. Foram 12 jogos com 19 gols marcados e apenas 9 sofridos, apostando na solidez defensiva. A equipe sofreu mais de dois gols em apenas três jogos: nas derrotas por 2 a 1 para Santos e Palmeiras, além da vitória contra o Ituano por 3 a 2.

GUARANI
O Portal CB apresentou, em maio do ano passado, uma análise sobre o estilo de Daniel Paulista (clique aqui para ler). O treinador se inspirou nos estilos de Nelsinho Baptista e Luxemburgo para montar equipes com jogo de força, transição ofensiva e muita velocidade.

Tanto no Confiança como no Guarani, a principal variação foi do 4-3-3 com a bola para o 4-2-3-1 quando a posse está com o adversário. Na equipe de Sergipe a última linha era formada por Ari, Ítalo Melo, Everton Santos e Reis. No ano passado, durante a Série B, passou a ser com Régis, Bruno Sávio, Júlio César e Davó/Lucão do Break.

Atualmente, Daniel Paulista usa dois volantes de proteção (Índio e Madison/Bruno Silva) com Giovanni Augusto sendo o homem da ligação. Júlio César, Yago/Ronald e Lucão do Break são os responsáveis pela parte ofensiva.

Mapa de calor do Guarani no Paulistão/22 – Footstats

Há uma diferença entre o estilo ofensivo do Guarani na Série B para o Campeonato Paulista sob comando de Daniel. As participações de Régis (organizador) e Rodrigo Andrade (segundo volante) tornavam o jogo do Guarani mais centralizado. Boa parte das bolas servidas ao atacante Bruno Sávio passavam pelas costas dos adversários.

Em 2022 foram quatro gols em cobranças de pênalti, um originado em cobrança de escanteio e outro gol de falta. Uma bola parada participativa, mas que foi saída em muitos momentos para driblar a falta de fluidez no ataque.

Outro número que chama atenção foram os gols de fora da área: quatro. Lucão do Break e Giovanni Augusto são os jogadores que mais arriscam de longe. O centroavante conseguiu gols importantes assim contra São Paulo e Ponte Preta.

Dos 9 gols de bola rolando, foram cinco construídos pelo lado direito contra quatro originados em jogadas na esquerda. O apoio dos laterais, ideia aprovada por Daniel Paulista, faz Giovanni Augusto ser elemento surpresa na grande área do adversário.

Giovanni Augusto (foto de Thomaz Marostegan/Guarani FC)

Giovanni Augusto deu apenas uma assistência ao longo da temporada. E foi uma assistência mais de segundo atacante do que propriamente um articulador. Foi no jogo contra a Ferroviária, no Brinco de Ouro, quando participava de um contra-ataque e já na área quebrou a defesa ao servir Ronald.

De acordo com números do Sofa Score, o camisa 10 tem média de 41 toques na bola e cria pelo menos duas chances por jogo. Giovanni marcou cinco gols com a camisa do Bugre, sendo dois na partida contra o Vila Nova na Copa do Brasil.

Defesa é a grande preocupação (Foto de Thomaz Marostegan/Guarani FC)

A grande preocupação no Guarani tem sido na parte defensiva. A equipe de Daniel Paulista foi por muito tempo a mais vazada da primeira fase do Paulistão, mas acabou sendo ultrapassada por adversários. Em entrevista coletiva nesta semana, Ronaldo Alves admitiu que a equipe está trabalhando em ajustes defensivos.

“Precisamos de regularidade e estamos acertando os pontos defensivos para continuar evoluindo”, apontou o defensor.

O Bugre sofreu 19 gols na temporada: dez destes foram com bola rolando (principalmente em cruzamentos na área) e outros nove oriundos de bola parada (três pênaltis, três lances de escanteio e três de cobranças de falta dos adversários).

De acordo com o Sofa Score, 60% das jogadas mais perigosas criadas pelos adversários são realizadas em cruzamentos na grande área – o que tem sido problema para os times de Daniel Paulista desde 2021.

CORINTHIANS
Assim como o Guarani, o Corinthians tem alto aproveitamento nas cobranças de pênaltis no Paulistão. Foram quatro cobranças com 100% de aproveitamento. O lado direito é mais forte da equipe, apoiado por Fágner e Willian, sendo o lado que originou 14 dos 19 gols.

Outra característica forte passa pelo futebol de Renato Augusto. O camisa 8 é o grande articulador das jogadas da equipe, buscando a bola ainda no campo de defesa para quebrar linhas adversárias e servir Roger Guedes ou Willian em profundidade.

Renato Augusto também tem protagonizado finalizações de fora da área. Segundo o Sofa Score, o camisa 8 finaliza em média duas vezes de longe por partida. Foi assim que três dos 19 gols do Timão foram marcados fora da área.

Renato Augusto é o cérebro do Corinthians (Foto de Rodrigo Coca/Ag Corinthians)

O lado direito é o mais forte do Corinthians porque todas jogadas passam por Fagner. Com o técnico português Vitor Pereira, o camisa 23 se transformou em ala, principalmente nas transições 3-4-3 e 4-3-3. O jogador recebeu a liberdade justamente para auxiliar Renato Augusto, Paulinho e Gustavo Silva no ataque.

Em situações de passes errados, Vitor Pereira estimula seus jogadores a pressionarem os adversários para que estes recuem a bola e a defesa seja recomposta.

Mapa de calor do Corinthians mostra time balanceado – Footstats

Defensivamente, a equipe usa Roger Guedes, Willian e Mosquito para fechar espaços entre os zagueiros e laterais. Quando a pressão não funciona, o esquema 4-1-4-1 é utilizado para proteger a última linha. Tem sido este o motivo de poucos gols sofridos na temporada.

Dos nove gols sofridos, foram dois por pênaltis cometidos, um de escanteio e outros seis com bola rolando. O ponto negativo apresentado tem sido a oscilação de duas peças importantes: Cássio e Gil.

Dos nove gols sofridos foram cinco em clássicos (2 a 1 contra o Santos, 1 a 0 contra o São Paulo e 2 a 1 contra o Palmeiras).

Foto de Rodrigo Coca/Ag Corinthians

O Corinthians encerrou a primeira fase do Paulistão como melhor ataque (19 gols), time com maior média de posse de bola (65%), melhor aproveitamento em passes (451) e chutes certos (4.9 por jogo). Terminou como segundo em gols sofridos (9) e jogos sem sofrer gols (6), além de terceiro em grandes chances de gol (22).

No recorte do período com Vitor Pereira foram quatro jogos com sete gols marcados e 3 sofridos, mostrando volume ofensivo (67% de posse de bola em média e 14 finalizações em direção ao gol) e segurança defensiva defensiva (11.75 desarmes por jogo e 9.25 interceptações por partida).

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