Guarani: clube inicia pagamento dos débitos da Recuperação Judicial; veja valores
O Guarani iniciou o pagamento dos débitos que englobam a Recuperação Judicial.
O primeiro pagamento ocorreu no mês de julho de 2024, conforme o plano aprovado na assembleia geral de credores, referente às verbas não pagas até 90 dias antes do pedido da RJ.
Da classe trabalhista, o saldo remanescente será pago em até 36 parcelas, com parcelas mínimas de R$ 1.000,00 por credor. Das parcelas, o primeiro pagamento foi realizado no início de setembro. As próximas parcelas serão pagas até o último dia do mês subsequente. O valor pago nessas duas parcelas foi de cerca de R$ 727 mil.
Dos 276 credores trabalhistas, 40 foram quitados com esses primeiros pagamentos. Destes, 135 são ou foram funcionários que não haviam ingressado na justiça (FGTS em aberto até fevereiro de 2023), 62 são oriundos de reclamações trabalhistas e 79 são honorários periciais ou advocatícios resultantes de processos judiciais.
O clube entrou com o pedido no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e deixou de ter suas contas penhoradas regularmente, iniciando o pagamento do FGTS, o pagamento mensal da Sanasa e o pagamento mensal dos custos envolvidos na recuperação judicial com honorários, custas, administrador judicial. Somente o custo do administrador judicial é na ordem de R$ 1,2 milhões. O custo mensal médio de todas estas contas é de R$ 250 mil reais.
Dentre todas estas dívidas, a mais antiga trabalhista a ser quitada, são débitos de FGTS, desde 1988 (36 anos) do colaborador ainda em atividade, Irineu Bortolucci. Na parte cível a dívida mais antiga ainda não paga, é do ex-treinador Dario Pereyra, que treinou o clube em 2000 (24 anos).
Dentre as dívidas cíveis, destacamos uma dívida oriunda de uma quebra contratual com uma patrocinadora que resultou em um débito de quase R$ 5 milhões.
A dívida cível e trabalhista são as que entram na Recuperação Judicial, estavam em torno de R$ 60 milhões, sem plano de pagamento definido e após a aprovação do Plano de Recuperação Judicial, os valores ficaram em torno de R$ 30 milhões (com 50% de deságio médio), divididos em até 12 anos para pagamento, com estimativa de juros anuais de R$ 1,4 milhões (cerca de 80% menor do que antes).
Com o ingresso da Recuperação Judicial, o Guarani fez o pedido de transação e parcelamento dos débitos tributários federais, que giravam na faixa de R$ 200 milhões, restando cerca de R$ 165 milhões, que com os descontos aplicados na transação, de cerca de 65%, resultarão no valor final de aproximadamente R$ 65 milhões, para pagamento em até 144 meses.
Na esfera tributária estadual, o clube devia R$ 526 mil e com o pedido de transação e parcelamento realizado em 2024, os valores sofreram desconto de cerca de 60%, ficando no valor de R$ 208 mil, em até 60 parcelas, dos quais 5 já foram quitadas.
Por fim, na esfera tributária municipal, o clube tem pendências de R$ 53 milhões relativas ao IPTU de 2009 a 2016 e aguarda um REFIS de clubes, como realizado em 2016, em que houve redução de até 85% dos valores e/ou redução de 50% com parcelamento em até 96 vezes, podendo a dívida ficar menor do que R$ 8 milhões. Neste caso em específico, clubes sociais na cidade, possuem descontos nos valores de IPTU na média de 85%.
Com toda esta estruturação da dívida, o Guarani deverá diminuir seu passivo total e atualizado de cerca de R$ 310 milhões, para próximo a R$ 100 milhões, parcelados em até 144 vezes, obtendo um desconto geral de 65%.
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