Exclusiva: Brigatti explica saída da Ponte e abre o jogo sobre relação com Jeh
O técnico João Brigatti falou pela primeira vez sobre a saída da Ponte Preta. Em entrevista exclusiva ao microfone da Rádio Bandeirantes de Campinas, o ex-comandante da Macaca confirmou a versão do presidente Eberlin e admitiu que o pedido de demissão partiu dele.
“Eu pedi demissão. Foi exatamente isso que aconteceu. É preciso entender o momento difícil de início do Campeonato Brasileiro. Eu nunca vou atrapalhar a Ponte Preta. Você vai analisando essas situações e percebe que precisa mexer e criar um fato novo, criar para os atletas uma motivação diferente. Eu sou assim. Quando eu não consigo os resultados, eu vou ficando triste. Eu não sei perder. Eu não sei conviver com derrotas. A equipe estava evoluindo, mas sem resultado. Eu conversei com o presidente, que foi sensacional comigo e me apoiou muito, mas senti que o momento era de sair para não atrapalhar”, explicou.
Brigatti também garantiu que não há nenhum salário atrasado desde janeiro de 2024 e admitiu desgaste por conta das redes sociais e a cobrança excessiva de parte da torcida e da imprensa.
“Não é fácil ser treinador da Ponte Preta, principalmente por conta das redes sociais. É uma cobrança desumana. É um lugar que tem um monte de especialista, comentarista e treinador de futebol. Ninguém se identifica, ninguém respeita sua família e nem o lado do ser humano. Mas a verdadeira torcida da Ponte Preta foi muito respeitosa comigo, me deram apoio e agradeceram. Eu voltei ao clube para ser coordenador, ajudar o presidente Eberlin e acabei voltando ao cargo em uma necessidade depois de três técnicos disserem não ao convite do cargo. Eu aceitei naquele momento e dei a vida para tirar a Ponte do rebaixamento. Depois fizemos um Campeonato Paulista que muitos julgavam que disputaríamos para não cair, mas classificamos dentro de uma chave difícil com Palmeiras, Guarani e Água Santa. É um processo de reconstrução que o clube está passando e isso leva tempo, mas a torcida não perdoa. A imprensa não perdoa”, completou.
O treinador também deu detalhes sobre a relação com o atacante Jeh.
“Eu não tenho absolutamente nada contra o Jeh. O que acontece e o que eu entendo sobre o atacante é que ele é muito mal orientado pelos profissionais que comandam a carreira dele. É só isso que eu entendo dele. O Jeh só despertou interesse de Santos e de outros clubes porque ele jogou com a camisa da Ponte Preta. São situações que as pessoas vislumbram clubes maiores, times do exterior, mas precisam reconhecer e enaltecer a projeção que foi dada na Ponte Preta. Isso é gratidão. O que eu entendi que a transferência para o Santos seria bom só para o atleta e para o empresário. E para a Ponte Preta? Que colocou uma camisa pesada nele, que ajudou quando ele precisava, ele não ia falar nem tchau. Eu sempre conversei com o Jeh numa boa, é uma pessoa do bem, mas infelizmente essas situações de não ser vendido gerou uma situação preocupante através de quem o comando e orienta com ele”, disse.
Brigatti também garantiu que não houve nenhum confronto entre os dois no vestiário após a partida contra o Goiás.
“O grande erro dele foi pegar o pênalti para bater o pênalti. Quem tinha que bater era Elvis, Dodô ou Gabriel Risso. Ele tomou a bola e bateu o pênalti. Mas ele não saiu porque pegou a bola e errou o pênalti. Ele só saiu porque ele deu uma entrada forte no goleiro do Goiás. Ali ele mostrou que ficou desequilibrado por ter perdido o pênalti, deu uma entrada no goleiro e eu não queria ficar com um a menos. No vestiário ele ficou no canto dele, normalmente, sem ter feito qualquer tipo de bate boca. A gente nunca passou por nenhuma situação agressiva dentro do vestiário”, finalizou.
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