Um estudo sobre as dívidas de Guarani e Ponte Preta
A situação do futebol campineiro é bem diferente em relação aos tempos de ouro de Guarani e Ponte Preta. Entre as décadas de 70 e 90, a dupla se vangloriava de revelar grandes craques e disputar títulos estaduais e nacionais. O cenário agora é a busca por retomada da credibilidade não apenas dentro de campo, mas fora dele também.
Em estudo realizado pelo professor Edivalmir Antônio Massa, especialista da área contábil, foi possível verificar o panorama de cada uma das equipes em relação às suas dívidas. O levantamento aponta quanto cada equipe deve aos cofres públicos no âmbito da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
“É um estudo para conscientizar os torcedores sobre a situação dos clubes. Mas o importante é cobrar dos dirigentes uma boa gestão para realizar uma organização de cada instituição. A gente pega o exemplo do Guarani. É um clube com uma torcida muito grande em Campinas e toda região, mas tem um número de sócios menor e perdeu muitas receitas ao longo dos anos. O clube chegou a ser referência não apenas no futebol, mas também no clube social. É preciso um trabalho para reorganizar”, comenta o professor Massa.
De acordo com o levantamento realizado através das informações do portal Regularize, no dia 13 de dezembro, o Guarani soma dívida de R$ 167,5 milhões. Os débitos tributários e previdenciários somam R$ 157 milhões, enquanto multas trabalhistas – principal foco da atual gestão – já caiu para R$ 800 mil e FGTS está na casa dos R$ 9,6 milhões.
“Acrdito que pela situação do futebol atualmente, no caso do Guarani, o melhor caminho seria adotar um modelo de SAF. Esse modelo vem sendo adotado no Real Madrid, Barcelona e outros grandes clubes… Quem investe e vê resultado acaba colaborando também na situação administrativa”, explica o especialista.
De acordo com o presidente Marco Antônio Eberlin, em declarações públicas neste ano, o principal problema da Ponte Preta são as dívidas com ex-dirigentes e jogadores. Segundo o mandatário da Macaca, o valor poderia ultrapassar os R$ 250 milhões.
“Não cabe a nós imputar responsabilidades (isso será feito e confirmado pela auditoria), mas já há um entendimento bastante claro de que a Ponte tem um rombo financeiro que pode chegar aos R$ 250 milhões em dívidas e que o ano de 2017, que culminou com descenso à série B, nos traz consequências extremamente difíceis no âmbito financeiro até hoje”, explicou o presidente da Macaca.
Em relação a PGFN, a Ponte Preta deve aproximadamente R$ 3,6 milhões. O principal problema são as dívidas de FGTS, que somam R$ 2 milhões. Em relação aos débitos tributários o valor é de aproximadamente R$ 1,5 milhão.
“Eu acredito no poder do torcedor para erguer o clube, mas esse precisa ser mais contribuinte e investidor para que o clube tenha resultado. No modelo de gestão atual dos clubes, nós começamos o ano e não sabemos o planejamento financeiro com exatidão. Não sabemos quantos torneios vamos participar e nem o nosso sucesso dentro desses campeonatos. Muitas vezes os patrocinadores fogem, não avançamos até fases desejadas nas competições e acabamos com mais despesas do que lucro”, completa.
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